Wednesday, February 13, 2013

147 - No País dos Anões Obesos e das Mulheres de Bigode...

Ultimamente, não tenho tido tempo para fazer nada de interessante. Acontece, juntam-se compromissos e assuntos em atraso. Mas há dias estava a rever uns papers, com a televisão em background como de costume, quando passou um noticiário. Às tantas oiço que um grupo de jovens foi recebido pelo Presidente da República por terem inventado qualquer coisa e ganho um prémio. Tomei atenção, porque é desta gente que depende o futuro do país.
A televisão entrevistava alguns e algumas, mais ou menos articulados, até que chegou a um rapaz: “Estou muito contente por ter cumprimentado o Presidente, uma pessoa tão... tão... (quase que se ouvia as rodas dentadas a raspar dentro do crâneo) uma pessoa com... com... uma pessoa com tanta exposição mediática!”. Truz, catrapuz, trambolhão das minhas esperanças.
Para estas cabeças de trombone, o Presidente da República não é o supremo magistrado da nação, não é o chefe do estado, não é uma pessoa genuinamente importante na nossa organisação política, não, é apenas mais um badameco com grande exposição mediática. Ao mesmo título que qualquer político sound bite, futebolista incoerente, cantor pimba, actor de novela, apresentador de programa low cost ou participante em reality show.
Não admira, quando a televisão tem como programas mais populares os  jogos de feira medieval com anões obesos e mulheres de bigode. Como na feira, também há cartomantes e adivinhos, drag queens e megeras aos gritos, prestidigitadores e vendedores de banha da cobra, clowns ricos e palhaços pobres. Para além das inevitáveis raparigas rechonchudas e desconcentradas, porque lhes sobrou pouco tempo e pouca roupa depois de pagarem as portagens da ribalta, acompanhadas duns rapazinhos muito tatuados e perfurados (de piercings...). Tudo no mesmo saco, desde que tenha human interest, ou seja, potencial de coscuvilhice. São programas feitos para atrair e embrutecer audiências.
Sobram uns quantos espertos, que podem ter umas ideias brilhantes, mas que sem o know how ou a profundidade mental para as saberem capitalizar e explorar, acabam por vender as ideias a estrangeiros. Obviamente que nem tudo é mau nem são todos assim, felizmente, mas muita gente das novas gerações vê o mundo deformado pela caixa dos bonecos.
Aquele rapazote “mediático” tinha inventado o quê?
JSR  

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