O economista José Soromenho Ramos entende que o Eurogrupo tomou uma decisão desesperada em relação à Grécia e que é «preciso cuidado com os entusiasmos em Portugal» em relação a este acordo.
Ouvido pela TSF, este antigo conselheiro do FMI e da OCDE lembrou que «uma das consequências do que se está a passar com a Grécia é que a Grécia se tornou um protetorado europeu».
«A liberdade dos gregos está extremamente coibida por acordos e decisões. E não é de forma nenhuma certa que eles consigam cumprir estes acordos que são de tal forma favoráveis com a possibilidade de perdoar uma parte da dívida», explicou.
José Soromenho Ramos explicou ainda que se sabe se Portugal quererá aumentar prazos de pagamento, porque isso coloca o país «numa situação, de certa maneira, de protetorado, como vão estar os gregos durante muitos anos».
«É evidente que Portugal precisa de fazer as reformas necessárias para fazer relançar a economia», acrescentou este consultor da Universidade das Nações Unidas.
Este economista é ainda de opinião que Portugal deve tentar renegociar alguns pontos do acordo com a troika para que se possa aliviar a pressão sobre o país.
«Acho que se deve avaliar caso a caso até que ponto é que o acesso a novos fundos a prazos mais longos aumenta a liberdade de movimentos do país e não o tolhe», disse.
Para José Soromenho Ramos, «não é vantajoso tentar aproveitar qualquer coisa que diminua o peso temporariamente, mas acabe por tornar mais difícil a recuperação eficaz da economia».
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