As pessoas mais frágeis sofrem
com o empobrecimento geral, enquanto os aproveitadores políticos, os
exibicionistas mediáticos e os profissionais da agitação social, fazem, dizem e
escrevem todas as enormidades que possam agradar às “massas”, às audiências
angustiadas pelas dificuldades e mal informadas sobre a situação real do país.
A austeridade está para ficar.
As utopias também.
O estado não pode gastar mais
do que aquilo que recebe em impostos, de todos aqueles que podem pagar. Só uma
mentalidade de escravos medievais, de servos da gleba, não compreende esta
realidade simples. Continuam a proclamar que “eles”, os donos, os senhores, os
governantes, só não distribuem riqueza a todos os que precisam porque não
querem. Uma “árvore das patacas” escondida pela cabala dos poderosos. E ainda
há quem acredite, resultado de muitos séculos de fé obrigatória, do “creio num
Deus todo poderoso” e por consequência na capacidade de intervenção
sobrenatural dos seus mensageiros.
Mas que alguns dos “senhores”
são uns malandros, é o mínimo que se possa dizer. Uns quantos deslumbrados
saídos dos aviários de jovens trepadores partidários, são por vezes apanhados
em falcatruas financeiras, na corrupção da troca de favores, no abuso das
funções do estado. Que nos prejudica a todos e muitos temos que pagar. Mas a
justiça não funciona, as leis são escritas e aprovadas pelos mesmos que depois
as usam para protelar indefinidamente qualquer decisão que prejudique os seus interesses.
Assim dão mau nome a toda a classe política, de tal forma que o povo acaba por
esquecer que a classe dirigente é composta também de gente competente, honesta
e dedicada ao bem público, vinda de todos os quadrantes de opinião.
Esperamos ver a luz no fim do
túnel, desde que o túnel tenha um fim próximo e no fim haja luz. Mas isso não
depende nem só de nós, nem só de quem nos governa. E, francamente, de quem isso
depende, na Europa e na América, a julgar pelo passado recente, não merecem
grande confiança na capacidade de tomar decisões ousadas e em tempo útil.
JSR
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