Os media estão cheios de
especulações sobre a vinda da troika numa altura em que se tornou claro que
Portugal não vai atingir a meta dos 4.5%
de défice no fim deste ano sem medidas adicionais de aumento da receita
ou corte na despesa. E então? Much ado
about nothing, como na peça de Shakespeare.
A incapacidade de se
concentrar sobre o essencial e sair disparado em tangentes irreflectidas não é
só uma característica dos fazedores de histórias da “comunicação social”
portuguesa, acontece por todo o lado onde é preciso alimentar uma opinião
pública ansiosa e largamente crédula.
Por exemplo, muitas notícias dos
dois lados do Atlântico, fazem-me lembrar a seguinte história:
“O Dólar perdido:
Três estudantes viajavam durante as férias, chegaram a Nova
York e alugaram um quarto num hostel, onde o gerente lhes pediu 30 dólares
adiantados por noite. Eles pagaram 10 dólares cada um e foram para o quarto.
Passado um bocado, um empregado bateu-lhes à porta e
disse que o gerente tinha decidido fazer-lhes um desconto e estendeu-lhes 5 dólares.
Os estudantes olharam uns para os outros e disseram que, cinco dólares não
sendo divisível por três, eles ficavam com um dólar cada um e lhe davam os
outros dois dólares de gorjeta. O empregado agradeceu e foi-se embora.
Passado um pouco, um dos estudantes disse aos outros: Há
aqui qualquer coisa que não bate certo. Nós tínhamos dado cada um 10 dólares
pelo quarto. Recebemos 1 dólar de volta, portanto pagámos efectivamente 9 dólares
cada um, ou seja um total de 3x9=27 dólares. Demos 2 dólares ao empregado, o
que faz 29 dólares. Se o quarto custava 30, quem é que ficou com o dólar que
falta?”
Quando num país se encontra pelo
menos 15% da população que responde correctamente a esta pergunta, isso
significa que sabe separar o trigo do
joio na avalanche informativa e também nas decisões essenciais da sua vida.
Significa também que esse país superará rapidamente qualquer crise que tenha
que enfrentar. 15% é a percentagem mínima da população necessária para dinamizar
a educação, a economia, as profissões, a política e as funções do estado,
necessários ao bom funcionamento duma democracia.
Como amostra, gostaria que me
enviassem as vossas respostas até ao próximo Domingo. A quem participar prometo
enviar a resposta correcta e a percentagem de certos/errados.
Então? Nada de timidez.
JSR