Maga Patalógica |
Visto na TV, ao acaso do
zapping compulsivo num dia de gripe:
Uma senhora duma certa idade, sentada a uma secretária, baralha cartas de
tarot enquanto responde a perguntas dos telespectadores:
(she looks like the witch Magica
De Spell/Maga Patalógica of the Scrooge
McDuck/Tio Patinhas comic books)
- Então, minha amiga, o que me conta, qual é o seu problema?
- Queria saber se vou arranjar um trabalho melhor.
(that’s it?)
- Mas então o que é que faz?
(first comes the fishing for information)
- Classifico facturas.
(the woman is like a clam)
- E que estudos é que tem?
(this fishing is going to be a
pain)
- Sou licenciada em gestão de empresas.
(really? to sort invoices? probably
got a degree from Plucked Chicken Farm University...)
- É casada?
(my bet that she isn’t)
- Não.
(of course)
- E tem namorado?
(some people like clams...)
- Não.
(... but not enough of them...)
- E quais são os seus interesses?
(good question)
- Han... nada de especial...
(why am I not surprised?)
- Vamos então lançar as cartas... diz aqui que o seu emprego presente está
seguro...
(first the good news)
... mas para encontrar outro melhor precisa de continuar os seus estudos...
(here goes the hook into the
water...)
- Estou a preparar o exame para técnica oficial de contas...
(and only says it now? this
woman is the scourge of all witches)
- Então é isso.
(right on! guess the audience
is impressed with the divinatory powers of tarot...)
- E vai correr bem?
(easy, this one)
- Claro que vai. E então vai conseguir um emprego melhor e a sua vida vai
mudar. (...) Próxima chamada...
(all things considered, maybe
they dont pay the witch enough to deal with these customers)
Pensamentos depressivos provocados
pela irritação duma dor de cabeça, com olhos a chorar e nariz a correr:
É certo que estes são programas televisivos da manhã, os chamados
“enchidos” para uma audiência envelhecida e simplória, que procura o
entretenimento fácil. Muito bem, não é isso que falta. Mas daí a deitar na
gamela dos telespectadores programas de astrologia, de cartas de adivinhação, de
superstições e escapismos, é de uma incrível falta de respeito. Além de
gravemente perigoso. Porque estes espectadores são cidadãos eleitores, a quem
obviamente não foi ensinado a pensar de forma racional e lógica, que acreditam
em todos os contos do vigário, sobretudo os que vêm escritos nos jornais ou
contados na televisão. Destes espectadores depende também o funcionamento da
democracia, é preciso não esquecer. Com este tipo de lixo a encher as cabeças
duma parte do eleitorado, que espécie de maiorias podemos esperar que nos
governem? Medíocres. Cada país tem o governo que merece.
JSR
No comments:
Post a Comment