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Para os poucos que ainda não saibam, “geocaching” é uma
espécie de caça ao tesouro, utilizando o GPS para o localizar. Na realidade, os
tesouros são pequenos contentores
(caixas, frascos, bolsas) escondidos nos lugares mais diversos (castelos,
monumentos, solares, miradouros, faróis, ruínas, antas, grutas, marcos
geodésicos, até no meio de coisa nenhuma) que tenham algum tipo de interesse
(histórico, paisagístico, turístico, ambiental, etc.). Os contentores incluem
informação sobre o lugar onde se encontram, uma lista para registar quem passa
por lá e uma pequena lembrança, que é levada por cada visitante, o qual deve
deixar outra em troca para o visitante seguinte.
O geocaching é um dos interesses do meu neto, que de cada vez que vem a Portugal quer meter o nariz em todo o
lado. Para ele, isto é terra de explorações, quer visitar tudo o que há de
diferente da sua terra natal, a Califórnia, ou do lugar ande vive agora, a área
de Washington. Quando chega ao aeroporto, já vem a perguntar quando é que vamos
aos seus sítios preferidos à volta de Cascais e Lisboa (do Oceanário e
exposições temporárias nos pavilhões da Expo, ao programa do clube Dom Carlos no
Guincho, passando pelo Jardim Zoológico e as viagens de descoberta) e, logo a seguir, quer saber quando
vamos para a casa de Castelo Novo.
Se a última visita serve de exemplo, percorremos toda a
costa desde o Cabo da Roca até ao Algarve, onde íamos buscar um carro que a minha filha nas suas próprias expedições tinha deixado avariado no concessionário da marca em Faro e que supostamente já estava
arranjado. Não estava, tive que o mandar rebocar para Cascais. Entretanto, a
partir de Estói, visitámos a região, as praias e claro os parque de diversões,
como o ZooMarine, o karting (onde após várias voltas se partiu a direcção e o
kart foi em linha recta contra a vedação...) e o bungee.
Voltámos subindo a costa até Tróia, ficámos atolados na
areia junto à Comporta (em menos de cinco minutos, três camionetas pararam, com
correias de reboque puxaram o carro para o meio da estrada e desapareceram
antes que eu lhes pudesse agradecer), atravessámos com o ferryboat para
Setúbal. Ao jantar quis santolas (“giant Chesapeake blue crabs”?), mas não o
consegui fazer provar um caracol (“those slimy things”...).
Mais tarde, a caminho de Castelo Novo já acompanhado por um primo um ano mais velho, quiseram atravessar de barco para o castelo de Almourol e visitar a Naturtejo. Na aldeia, exploraram todos os becos e escadarias talhadas nas
pedras da povoação e castelo, por vezes desembocando nos pátios das traseiras dos habitantes, lugares que não devem ter mudado nada desde o tempo de D. Sancho. Puseram a casa num alvoroço porque corriam
por todos os andares e todas as divisões, às seis da manhã já estavam a jogar
basquetebol no pátio e à noite não queriam ir dormir antes de acabarem mais uma
partida de snooker. Entretanto, queriam percorrer de jeep os trilhos da serra
da Gardunha de manhã e ir à tarde à piscina-praia de Castelo Branco.
Em Cascais, corria o paredão desde a Azarujinha até ao Guincho. No fim das
férias, o meu neto partiu “with a spring in his step”, a energia própria da
idade e uma caixa com os berloques das geocaches. E deixou-me exausto.
Estão aí as férias outra vez e, como dizia uma amiga, “o que não é preciso fazer para ser um avô moderno !?”...
Estão aí as férias outra vez e, como dizia uma amiga, “o que não é preciso fazer para ser um avô moderno !?”...
JSR
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