Le chat garde le pendulum de Foucault, Panthéon, Paris |
3. A história pendular das Repúblicas
Os regimes mudam, sempre como reacção à situação anterior, mas nem sempre para melhor. Como um pêndulo que procura o equilíbrio, mas que não o consegue enquanto for empurrado excessivamente para um lado ou para o outro das ideologias de organização social e política.
A primeira República nasceu confusa, bem intencionada mas terrorista, palavrosa mas anti-democrática, com algumas boas leis mas sem a autoridade de as aplicar. Quando acabou, o país estava arruinado, dividido, desanimado.
A Segunda República foi voluntarista e autoritária, com ordem, contenção nas ambições e nas despesas, correspondendo à implementação das convicções tradicionais e pequeno burguesas dos seus mentores. Quando acabou, o país estava modestamente próspero mas atrasado, isolado e farto de ser um pião largado nas incongruências coloniais da guerra fria.
A Terceira República começou com uma reivindicação conjuntural, um pequeno fogo que alastrou sobre o mato seco dum regime obsoleto, que tinha consciência de estar moribundo e por isso não resistiu à revolta de alguns dos seus centuriões. Como não há duas sem três, também está a acabar mal. Sob a pressão de movimentos populistas, tomaram-se decisões e criaram-se expectativas que estão a ser defraudadas porque o país não criou, nem cria, riqueza suficiente para as poder pagar.
Esta República morre agora, porque o pêndulo estava antes demasiado para a direita, foi empurrado depois demasiado para a esquerda e ainda não se equilibrou.
(continua)
JSR
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