Parthenon, construido de 447-432 A.C., Atenas. (estado actual, após a passagem do tempo e dos otomanos) |
1. Intróito
Esta é a crónica da morte anunciada da terceira República em Portugal. Neste caso, a notícia da morte nem sequer é exagerada. O regime começado pelo 25 de Abril faliu financeiramente pela terceira vez e politicamente de forma definitiva.
A maioria dos cidadãos ainda não se apercebeu que este recurso à ajuda externa é apenas o último sintoma do fim, que se vem juntar a muitos outros. Alguns sabem, mas fingem acreditar que o regime vai conseguir sobreviver, assim como quiseram fazer crer que era possível evitar a falência do Estado, enquanto as dívidas continuavam a subir e a economia a descer.
A nota necrológica está a ser escrita a cada declaração política irresponsável, a cada mudança de posição em cata-vento, a cada contradição desonesta, a cada ataque partidário, de cada vez que o interesse pessoal ou tribal é posto à frente do interesse do país.
Como para a decisão de pedir ajuda ao Fundo Europeu e ao FMI, numa situação económico-financeira irrecuperável, o que tem que ser tem muita força. Os prestamistas não têm nem imaginação nem meias-medidas disponíveis, ou governo e oposição se entendem já sobre as condições propostas para pôr o país “no prego”, ou não há dinheiro. A negação da evidência só serve para perder tempo e agravar a situação.
(continua)
JSR
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